quarta-feira, 4 de abril de 2012

Resolvi começar por mudar meu interior, não para ele parar de reclamar, mas para eu mesma começar a entender esse desassossego de alma. "Sou duas, e ambas têm distância - irmãs siamesas que não estão pegadas". Não escuto as pessoas como deveria, nem obedeço meus pais tanto quanto queria. Não sou o tipo de pessoa que se entrega, mas por outro lado, posso me dar inteira. Nunca me entendi realmente. Essa dualidade sufoca, esse excesso de geminialidade. Não é proposital, é a carga do dia que determina. É fantasmagórico e dramático, mas também é sensível e fútil. "Tudo me interessa e nada me prende". Tenho muito o que falar, mas ao mesmo tempo não quero emitir som algum. Fico no campo do pensamento. Penso porque o instante existe, e quem sabe o infinito também. Estresso-me facilmente, mas posso ter uma paciência angelical. Ambas as siamesas estão distantes, de fato. Mas estão lá, compartilhando e sugando a vitalidade da mesma alma, do mesmo corpo. Peço pouco à vida e ao mesmo tempo tudo. Não é difícil meu nada ser tudo. É relativismo em tudo que vejo. Não gosto e não quero. Mas preciso e suplico. Talvez nada faça sentido, talvez seja tudo um sonho. Mas meus espectadores que vivem aqui dentro gostam desse agito, e buscam estagnação ao mesmo tempo. Acho que nada disso faz sentido. Coesão não é uma palavra que delineia meu senso. Está tudo meio jogado, vulgarmente, aqui dentro. E lá fora também. Talvez seja ilusão crer na humanidade, e não crer nela também é estupidez. A vida se encarrega de encaminhar as pendências adquiridas. Nossa estadia aqui, nessa terra, resume-se em "procurar sentir o tédio de modo que ele não doa". Sinto minha alma através de toda confusão. Sim, tudo fica puro, um dia, no escuro do mundo...

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