segunda-feira, 25 de março de 2013

Sonhos são sonhos
Sonho eu, sonha você
Sonhamos todos
Todos os dias
Os dias vêm 
Vêm você, vou eu
Nós sabemos
Todos sabem
Se pudéssemos lavar a alma
Assim o faríamos
Trazendo o asseio aos corpos
Encorporando tudo que possuímos
Possuir é nada
Nossa vida é nada
É uma pluma em defasagem constante
Que se perde a todo instante
E todo instante é tudo


domingo, 24 de março de 2013

Nas noites frias de domingo eu penso. Penso coisas que as vezes machucam, que despertam a saudade que estava lá, quietinha, sufocada no fundo do nada, e que agora renasce. Depois de tudo, tudo de novo. Quantas pessoas passaram por aqui, quantas se foram. Quantos caminhos cruzados, quantos que se dissiparam. O tempo corre contra mim, contra todos. Vivemos para sobreviver. Viver se resume a sobreviver. Esconder a dor e levantar a cara, enfrentar mais um dia caótico em uma sociedade caótica, com um bando de loucos selvagens ao redor, esperando pra te derrubarem na primeira oportunidade. Viver não é fácil. Coisas boas são tiradas de nós sem nenhum motivo, e sem razão alguma, outras coisas vão entrando. E tudo fica assim, aconchegante, acomodado, até que você começa a pensar. Pensar cansa e dói. Nada volta, nada se repete, nada se cala e nada é esquecido. No fim de tudo, é você consigo mesmo, mais ninguém. E aí começam os pensamentos que insistem em fazer você procurar algum motivo, alguma chance de poder voltar atrás e fazer diferente, alguma chance de... Sei lá. Apenas uma chance. Você torce pra que exista um gênio maluco que te direito a três pedidos, sejam quais forem eles. E nisso tudo o tempo passa, a vida passa. Mas eu não passo. Continuo a mesma, com os mesmos desejos e mesmos anseios; mesmos medos e preocupações; mesmas loucuras e mesmas saudades. A mesma de sempre, tentando se encaixar em um mundo que nunca tem sentido. Sempre e nunca. Nunca e sempre. Até quando? É hora de deixar os sentimentos pra trás. Será?