sexta-feira, 25 de maio de 2012

Tempo, tempo, tempo. Já te fizeram uma oração e ficou bem claro como o senhor é lindo e amigável. Mas sabe, tô precisando de uma forcinha sua: você poderia andar mais devagar? O senhor tá indo muito rápido e eu não tô conseguindo me manter do seu lado. Por favor, vai... Concorde comigo e assuma que desse jeito não dá! Não serei totalmente ingrata, sua agilidade faz muito bem, sim. Mas ultimamente o senhor anda muito exagerado, com pressa de tudo. Nem sei quando foi a última vez que eu consegui te segurar um pouco mais. Você está muito liso, não para em lugar nenhum, ou será que nós estamos aborrecendo o senhor? Aí dá até pra entender sua pressa em fugir da gente. Mas do contrário, diminua um pouquinho só o ritmo, que já ficaremos satisfeitos. Obrigada.


Invejo integralmente pessoas bem resolvidas com suas mentes e corações. Pessoas com facilidade de seguir em frente sem medo, sem olhar pra trás, sem dilemas. Momentos que passo sozinha são mais que suficientes para me naufragarem nas águas turbulentas de um passado não tão distante. Faz uns três meses, aproximadamente, que venho me desesperando e implorando sua ajuda. Eu quero, mas não posso sem você. Poder eu posso, mas sei lá. Tanta coisa na cabeça que acabo me esquecendo do que preciso esquecer, aí eu lembro de tudo. E me vem uma vontade louca de te ligar e conversar e resolver e chorar. Mas não posso fazer isso toda hora, você me acharia insuportável. 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Hoje despertei meio assim, impaciente com os babacas de plantão, que afinal, são quase todos os seres humanos de convívio social, salvo raras exceções. Gente que não tem mais o que fazer e fica aí, mentindo, jurando ser alguém que não é, tentando agradar Deus e o mundo e se esquecendo de se importar com quem merece. Gente fingindo que está do seu lado, mas na verdade não tá nem aí pro que você sente, pro que você pensa. Dane-se você. Isso mesmo. Quero que você se exploda com tanta mesquinharia. O mundo não precisa mais disso, caso não tenha percebido. Caretice e falsidade . Cuidado, é epidemia. Ignorância nem se fala. Tem doação logo ali na esquina. Isso cansa o ânimo da gente. Você tenta dar seu melhor pra um idiota que não faz nada, muitas vezes, se sobressair, porque o mundo é dos espertos, não? Pois é. Nesse mundo palavras não tem mais significado mesmo. Esperto é quem consegue estar sempre acima de tudo, mesmo que para isso precise matar alguns. Afinal, é só uma vida, é só um coração, que falta vai fazer com tantos espalhados por aí? E assim se cria nossa cadeia alimentar predadora. Salve-se quem puder. Salve-se quem tiver. Quem tiver mais senso, mais justiça, mais humanidade. Salve-se você aí, que ainda não mente e não troca sua família pelo mundo. Salve-se você que não quer poder, quer liberdade, quer dignidade. Você que não trai a confiança, que é leal. Você que ainda tem coração e sabe manter a palavra. Isso não é ser cachorrinho de ninguém, não. Isso é ter respeito. Não está ferido apenas quem sangra. Posso estar sorrindo e sangrando por dentro. Sangue de desconforto, de não se sentir parte desse mundo. Sangue de nojo, de incredulidade. É tudo uma grande mentira. Você quer remar contra a maré ou quer ser parte dela? Verdade. Ninguém sabe mais qual é. Você quer ser diferente? É tudo uma grande mentira. Uma mentira atraente. Guerra. Jogo. Peças. Meras peças...

terça-feira, 15 de maio de 2012


Novamente havia acordado atrasada, assim como tudo em sua vida: em cima da hora. Nunca antes, sempre agora. Calçou os sapatos e tomou aquele gole de café, esperando que o líquido corresse por suas veias e lhe animasse. Não sabia o que era ânimo há um bom tempo. Dilemas. Sempre dilemas. Sempre duas opções; "Deus, por que o senhor não manda uma coisa de cada vez?". Era relatório pra entregar, criança pra cuidar, amiga pra acudir, coração pra curar, chefe pra pirraçar, mãe pra reclamar e namorado... Bom, namorado pra não ter. Como todos, seu último caso sério a abandonou eu uma noite de sábado chuvosa e foi pegar uma festa, deixando-a se afogar na cachoeira que suas lágrimas inventaram; ou melhor, que o desgraçado inventou. Pois bem. Recomeçou sua vida depois disso e não mais queria saber de homem, nem mulher, nem qualquer outra coisa. Só queria sua companhia triste e solitária que lhe proporcionava bons brigadeiros sem culpa de celulite ou pneu pulando pra cima da calça. Proporcionava filmes com direito a pote de sorvete com lágrimas derretendo e enojando tudo que possa ser gostoso. Direito a música alta e encenações diante do espelho pra treinar sua auto-confiança quando visse o palhaço novamente, e claro, sempre rezando para que ele acordasse e visse o que perdeu, voltasse correndo para seus braços sempre abertos, despejando carência. Meses vão, meses vem. Choros vão e não voltam mais. Confiança vem e fica tudo bem. O lado bom do solteirismo chega e junto chega outro bicho pra tentar acabar com a festança toda. POR QUE? "Escuta aqui, se um dia esse veadinho te machucar, lembra de como é bom viver sozinha, você sabe e você gosta disso. Por favor, não pense que sua felicidade é determinada por alguém. Você é sua única fonte inesgotável de felicidade." Repetia na sua mente para não esquecer e para acreditar. E estava decidida: antes ela, depois ele. E assim foi. Sem pressa, sem dor. Sem pressa e nasceu o amor. E desse amor veio a péssima recordação da ferida, da cicatriz que ainda estava em seu coração. Medo de perder. Medo de pensar ter e se ver só. Mas decidiu ir fundo. Com uma encaixadinha aqui e outra ali não teria como dar errado. Sempre andava com um pé atrás, a procura de evidências que comprovassem que homem algum presta. Mas aquele era diferente. Ele preenchia as prateleiras com os ursinhos de pelúcia mais fofos. E sua risada com covas gigantes confortava seu coração. Ele a amava. Ela podia sentir isso. Mas o maldito diabo sempre vinha encher sua mente com bobagem, fazendo a infeliz desconfiar de tudo e todos. Até que um dia deu um basta: "vou ser feliz, vou me entregar". E assim o fez. Isento de tristezas e decepções ninguém é. Mas cada um pode escolher o caminho que segue. Otimismo ou pessimismo? Ver o lado ruim ou o lado bom? Perdoar ou debater? Confiar ou sofrer? Escolheu ele. Ser feliz não é lá tarefa tão difícil, vai.