tag:blogger.com,1999:blog-7077983303208513062024-02-20T22:21:32.313-08:00Panda de Mel...Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.comBlogger70125tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-63324132415650158312016-01-13T19:14:00.001-08:002016-01-14T19:36:15.812-08:00Eu gosto mesmo é do estrago<div style="text-align: justify;">
<img src="webkit-fake-url://41e9c57f-21a0-4f99-8422-ad06a4d31a94/imagejpeg" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://25.media.tumblr.com/tumblr_m4ompa6LrJ1qfj4fdo1_500.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://25.media.tumblr.com/tumblr_m4ompa6LrJ1qfj4fdo1_500.jpg" height="229" width="320" /></a><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Dou mais um trago do meu cigarro enquanto observo a chuva cair. O dia está tão cinza quanto meu coração. Abaixo dos olhos e vejo uma poça que se forma no parapeito da calçada; vejo meu reflexo entre a fumaça que sai da minha boca. Quase não me reconheço; faz dias que não me olho no espelho. Quer dizer, eu até olho, mas não me enxergo mais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Desde o dia que ele foi sinto uma incompletude gigante que me transborda. Não foi a primeira que um sentimento infindo me habitava, mas era a primeira vez que me sentia roubada, com minha identidade borrada. Qual a razão para insistir em um cara incrível, mas que </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">não seria capaz de me manter interessada a vida toda? Sei que ele não me valoriza o quanto acredito que mereço e sei que sou quente demais pra receber retornos tão frios e solitários. Ver minha cara me fez perceber que a única culpada nessa história sou eu: se não fosse meu poder de insistência, eu estaria escrevendo dias mais bonitos, mais ensolarados. Mas tudo bem. O que vale mesmo é abrir os olhos - grande começo. Ah, como demorei! Precisei tragar muita nicotina pra perceber que cigarro nenhum me deixará saciada - minha sede é de outra coisa; precisei me atolar em compulsões bizarras para perceber que o que me mantém pulsando é a maneira como eu me trato e como me relaciono com o mundo. Precisei ingerir muito lixo pra ver que estou perdendo tempo, e penalizei muito pra descobrir que eu não perdi um homem incrível: eu me livrei de um, e por mais incrível que ele seja, eu sinto muita pena dele. Eu quase desacreditei no amor porque um ser humano não me aqueceu como eu esperava, quase perdi a fé na vida por um pobre coitado que não sabe amar e que não sabe se essa é a cura pra muitos males. Acreditem ou não, o amor, quando real, é libertador. Hoje sei porque me sentia tão presa a ele: nunca foi fidedigno.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ao invés de me penalizar, começo a sentir pena dele. Perdeu uma mulher fantástica e bem resolvida. Não sou e não quero ser a melhor do mundo, mas sou raridade. E se ele foi incapaz de enxergar isso, talvez seja porque seu valor não seja o mais alto do mercado. Tão morno, tão raso. Lastimável. E eu sigo acreditando, enquanto apago o cigarro, que o desencontro que o fez escapar de mim mesma é um caminho a um novo encontro. Olhei a poça novamente e vi meu reflexo. Agora me reconheci. E é por isso mesmo que eu amo o estrago: ele faz um bem danado.</span></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-60739321039657853592015-10-14T17:38:00.001-07:002015-10-14T17:39:44.578-07:00Quando você perde as rédeas da sua vida<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;">É corriqueiro perdermos a cabeça frente às frustrações,
medos e anseios – afinal, somos humanos e não recebemos um manual quando
chegamos a esse mundo que nos contasse qual a melhor reação e qual a melhor
postura diante dos acontecimentos da vida; muito pelo contrário: só aprendemos
quando erramos, e nem isso pode ser suficiente em todas as ocasiões. Haverá
vezes em que agirá como uma criança carente, outras em que parecerá um
psicopata, outra em que fingirá ser o que não é. Isso é normal, estamos aqui
para aprender. Porém, há algo de preocupante quando você perdeu o controle de
si mesmo: outros vão te controlar – não tenha dúvida disso. O ser humano gosta
de ter alguém que o oriente e que aponte o melhor caminho... Ou seja, alguém
que tome decisões e controle – ainda que subjetivamente – seu comportamento.
Muitas vezes tardamos para ver quão maléfico isso é para nossa mente e corpo e
passamos as rédeas para quem nos cerca: mãe, pai, amigo, namorado... E assim
seguimos: acatando e atacando. Atacado porque quando você não tem controle
sobre si mesmo algo te alerta que algo não vai bem: no fundo todos somos
cientes, apenas relutamos por não saber como agir; e quando não se sabe como
agir, você entra em estado de desespero, de desequilíbrio, pois você sabe que
precisa de um impulso, mas se sente incapaz de auto gerar esse impulso; e
consequente a isso, quando você enxerga pessoas que estão resolvidas e
protagonizam suas respectivas vidas você se sente impotente: “o que eu tenho de
errado? Parece que todos sabem guiar a vida, e eu aqui, totalmente sem noção”.
Você derrota sua confiança, sua autoestima e sua capacidade de ver as coisas
positivas. Em suma, você perde seu equilíbrio. E você atua de maneira
irracional, faz coisas sem pensar e inimagináveis. O pior de perder suas rédeas
está na parte em que a pessoa para de se admirar, uma vez que não vê utilidade
em si mesmo... Vai afundando, afundando [...] Mas a vida é sábia, minha gente.
Primeiramente, o reconhecimento. Em segundo, a mudança de atitude. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/201584209/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/201584209/large.jpg" height="250" width="320" /></span></a></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Valorize-se,
ame-se, coloque-se em primeiro lugar: você não pode fazer alguém feliz se você
está infeliz; não pode admirar a beleza do céu, das estrelas, se você está
apagado. Há que se olhar pra cima. O resto é consequência. Pode parecer
egoísmo, mas na verdade é mais que isso: quando você tem as rédeas na sua mão,
você está mais propenso a fazer e a desejar o bem. Ser uma pessoa bem resolvida
é fruto de muito esforço, e está cheio de ladeiras e descidas. É preciso ter
muita força interna, jamais arredar. Estar bem consigo mesmo é sinônimo de
estar bem o mundo.</span>Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-82892836115713566782015-10-11T13:03:00.001-07:002015-10-11T13:17:29.728-07:00Desconhecida<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sentada em um banco onde o sol
não me beija, olho para o céu e observo os pingos de chuva caírem pesadamente
em meu rosto. Nuvens passeiam sem parar por entre o crepúsculo. O sino da
catedral bate repetidamente. Pessoas caminham tão rápido quanto a intensidade
da chuva. Ele está parado do outro lado da alameda, mas eu não o vejo com
clareza. Ele está parado com sua camisa jeans segurando um guarda-chuva negro.
Ele me olha fixamente. Eu vou me aproximando, mas nunca o alcanço. Começo a
correr, suspirando um suor frio. Meu corpo insiste em estar quente ainda com o
clima árido. O contraste é nítido, mas ele não: continua ali, parado em minha
direção, mas eu sou incapaz de atingi-lo ou vê-lo. O desespero começa a chegar.
Eu olho para os lados e não reconheço nenhum rosto, e todos me olham
assustados. Decido parar. Muitas mãos tentam me pegar, inutilmente. Percebo que
não estou ali. Mas como me veem? Olho para mim e não me enxergo. Ele começa a
caminhar em minha direção, e eu continuo em linha reta. Os sons começam a estar
pesados. Vejo-me perdida. Não sei onde estou. Ele vai se aproximando, mas nunca
chega. A sensação é singular. Sinto a respiração dele em meu pescoço. Ele
também não sabe aonde vai: olhar vazio e mãos vazias. Ele não tem nada para
mim. Ele passa através de meu corpo e eu não sinto nada. Giro-me para tentar
fazer com que me perceba, mas ele não está mais ali. Já se foi. Uma grande paz
toma conta do meu ser. As gotas param de cair do céu e as nuvens dão passagem a
algumas estrelas, que aparecem tímidas em um céu meio arroxeado. Percebo que
estou derretendo, mas não há o que derreter. Parece que estou voando. Parece
que sou feita de ar. Encontro-me leve e sigo mergulhada na imensidão. Noto uma
brisa densa adentrando-me. Não estou só. Juntamos nossos ares – o que quer que
seja – e seguimos juntos. Um lugar perdido composto de nada, e ao mesmo tempo
tudo. Já não vejo nada, já não penso nada. Simplesmente existo uma existência desconhecida.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/169320230/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/169320230/large.jpg" height="204" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-49404857687915560032015-08-03T15:58:00.002-07:002015-08-03T15:58:59.510-07:00Divindade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/101873104/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/101873104/large.jpg" height="320" width="219" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><i>Om namah shivaya.</i> Eu honro a divindade que habita em mim. Não
importa como denomine essa identidade, o respeito é necessário. Honrar sua
divindade é compreender que você é um ser divino – não importa qual seja seu
deus – e que para honrá-lo, você precisa se honrar primeiro; honrar-se é
respeitar suas origens, sua moral, sua verdade. A verdade é relativa, mas todos
nós construímos nossas próprias verdades durante a vida e devemos apreciar
isso. Cada dia torna-se mais frequente encontrar pessoas que perderam a
reverência pela vida e, consequentemente, por elas próprias, pois cada pessoa é
vida. E não apenas pessoas – a vida nos rodeia constantemente – o respeito deve
ser geral; mas para que este seja possível, ele precisa ser primeiramente, individual.
Quem não está feliz não é capaz de fazer o próximo feliz. Quem não se respeita é
incapaz de respeitar os demais. Quem mente para si próprio mentirá mais fácil
para quem o cerca. Isso tudo é explicado pela falta de honra por si mesmo.
Honrar-se é ouvir-se, é compreender-se, é saber estabelecer limites e é
encontrar equilíbrio nas dificuldades e nas tentações; honrar-se é contemplar
seu silêncio e encontrar nele a força da sua voz, que não precisa ser
proclamada para que seja ouvida. </span><o:p></o:p></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-62632237415552520502015-07-31T17:23:00.003-07:002015-07-31T17:23:42.343-07:00.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/191898723/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/191898723/large.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Olhando desde a minha janela eu
posso te ver. Você está distraído com alguma coisa em seu computador. Você
senta no sofá e chama seu amigo pra ver algo que parece ser divertido. Você dá
uma tragada no cigarro e o descansa no cinzeiro. Apoia o computador na poltrona
ao lado e vai até a janela com o olha fixo na minha. Escondo-me rapidamente,
mas acredito que meu vulto ficou visível aos teus olhos. Minha respiração fica
cada vez mais rápida. Espio com o canto de olho e vejo sua mirada até a varanda
do meu quarto. Respiro aliviada, mas assim que relaxo seus olhos encontram os
meus. Fico travada. Você acena pra mim tranquilamente, e eu devolvo o
cumprimento com as bochechas coradas. Você abre a janela e grita algo. “Seus
copos estão aqui, quer vir buscar?”. Os copos. Benditos copos. Na noite em que
o conheci – em uma festa que deu em seu apartamento – levei alguns copos, mas a
bebedeira me fez esquecer de trazê-los de volta. Bom, ou foi a bebedeira, ou o
inconsciente mesmo, que inventou uma desculpa para nos vermos outra vez. Eu
abro a minha janela. “Em cinco minutos toco o interfone”. Sorrimos os dois. Ele
volta ao sofá e continua a fumar. Passo uma escova no cabelo, um rímel nos
cílios e vou com aquela roupa mesmo. Desci pelo elevador, já impaciente e saí
até a calçada do meu prédio. Atravessei a rua e chamei o 3ºB. “Sou eu”,
respondi quando atenderam. O prédio não tinha escadas, o que se tornou um
problema: além do meu nervosismo natural, o exercício que eu seria obrigada a
fazer me entregaria: ele notaria, pela minha respiração ofegante, que eu estava
caída por ele. Caída, não: derramada. Fui até a porta e tomei uma longa
respiração, tentando acalmar os batimentos. Mas era em vão: assim que ele
abriu, toda a tremedeira voltou. Ele também estava sem jeito. Os dois se
queriam, mas nenhum tinha coragem suficiente de tomar o primeiro passo. Tímidos
demais, medrosos demais. Medo de ouvir um não, medo da rejeição. Ele me guiou
até a cozinha e os entregou para mim. Enquanto passava pela sala, notei que seu
companheiro soltava risadinhas bobas, igual fazem as crianças quando algum
amiguinho está ao lado da paquera. Isso me deixou feliz Corrijo: deixou-me
MUITO feliz. Fui sentido a porta para sair. Ele me olhava fixamente; seu olhar
castanho penetrante era de tirar o fôlego. Fiquei corada. Ele me acompanhou até
o lado de fora e disse qualquer coisa – minha atenção não estava em sua fala,
mas sim em seus lábios. Fomos nos aproximando, sentindo a respiração alheia
mais de perto. Ele passou a mão pela minha nuca e deu uma puxada em meu cabelo.
Fechei os olhos para curtir aquela sensação. Sua testa se aproximou da minha e
seus olhos continuavam fixos aos meus. Eu podia sentir o sabor da respiração, a
mão dele revirando-se em meio aos meus fios de cabelo. Nossos lábios se tocaram,
estavam desejando muito aquele beijo que tardava. As bocas enroscaram-se e
permaneceram-se assim. Desgrudar não era uma opção válida. O beijo foi
tornando-se cada vez mais intenso, e só paramos porque seu amigo passou pela
porta. Demos um abraço forte e ele sussurrou em meu ouvido o quanto queria
isso. Apertei-o forte e desci as escadas. Algo estava por começar – e era algo
muito forte. </span><o:p></o:p></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-81973549956609724802015-07-29T19:28:00.002-07:002015-07-29T19:28:52.449-07:00"Se não é capaz de melhorar o silêncio, cale-se"<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“Se não é capaz de melhorar o
silêncio, cale-se”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/190375325/large.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/190375325/large.jpg" height="320" width="180" /></a><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Uma vez me disseram essa frase e
ela caiu feito chuva em dia de seca aos meus ouvidos. Eu estava ocupando-me
demais com barulhos desnecessários em uma tentativa inútil de preencher meus
silêncios sufocantes. Mas desde quando ruídos externos serviram para pacificar
alguma alma perturbada? Que eu saiba, nunca. Pelo contrário: esses pandemônios
que criamos só fazem com que nos afastemos de nós mesmos, e todos sabemos o que
se passa quando isso ocorre: a algazarra torna-se tão, mas tão grande, que
somos vomitados do nosso próprio ser e nos sentimos vazios, sem graças, sem
ânimo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Interpreto essa frase não apenas
no sentido de calar-nos a boca quando não podemos acrescentar algo útil a uma
conversação, mas vejo sua grande significação no sentido abstrato: não joguemos
tumultos no nosso silêncio. Sei muito bem que o silêncio é assustador tão bem
quanto sei que é pacificador. Pra que jogar entulhos no que está perfeitamente
arrumado? E também o contrário: se nossa alma está assim tão tumultuada, qual a
razão para não evocar o silêncio e assistir sua limpeza? <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Temo que nossa sociedade cada vez
mais fuja da calmaria. Vivemos em uma era em que quanto maior o agito, melhor,
pois assim temos a desculpa da falta de tempo para resolver o que precisamos e
correr atrás do que nos faz bem. Nosso corpo tem um alarme de fábrica que
sempre indica quando estamos no caminho errado, e é quando soa esse alarme que,
quase sempre, significa que algo está errado. Porém, ao invés de nos retirarmos
um pouco da pulsação insana que é viver, afundamo-nos ainda mais no buraco
negro. E como eu sempre digo, suas atitudes possuem relação direta com seu
estado interior: se por dentro está uma bagunça, a bagunça será feita no
exterior; se está uma confusão, seu entorno estará confuso... E assim por
diante. E quem muito fala – sem ter realmente algo útil a expressar – é por que
está fugindo de seu silêncio. Dessa maneira, é preferível atuar na sua quietude:
ele é um grande palco.</span><o:p></o:p></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-40991904358118876162015-07-28T12:53:00.000-07:002015-07-28T12:53:08.881-07:00Monotonia <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/191358346/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/191358346/large.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">São sete horas da manhã e o
despertador me lembra de que está na hora de levantar. Coloco as pantufas que
estão ao lado da cama e caminho até o banheiro. Abro a torneira – a água está
gelada, por mais que seja inverno – e lavo o rosto. Minha cadela ainda não
levantou da cama, o que acaba me dando inveja. Passo um olhar por toda a casa e
percebo que estou só, e isso me deixa mais à vontade. Preparo meu café com
calma enquanto vejo as notícias que abalaram o país na noite anterior: polícia
mata bandido, bandido rouba posto de gasolina; policial é preso por traficar
droga, assassino é solto por bom comportamento; engarrafamento provoca acidente
e deixa quatro feridos e dois mortos. Decido desligar. Caos. Minha cabeça
começa a disparar rajadas de dor, por isso aproveito para tomar um comprimido
para poder trabalhar bem. Tomo o café vendo desenho animado, e logo em seguida
coloco meu uniforme e vou até a parada de ônibus. Chego atrasada, e ainda assim
me informam que mais atrasado do que eu, está o motorista. Doze minutos depois,
entro no ônibus. São oito e meia da manhã e o trânsito já está infernal. Desço
na parada apropriada para pegar o próximo ônibus – o trabalho é longe. Mais
vinte minutos de atraso, e o automóvel está, literalmente, cuspindo pessoas
para fora. Enfim, chego ao trabalho: atrasada, mas chego. O chefe me olha de
cara torta e me chama pra conversar mais tarde. “Já fiz merda”, penso eu. Entro
em meu gabinete e observo uma companheira juntando as coisas – foi demitida.
Aliás, isto aqui está mais para um campo minado: cada dia uma demissão estoura
em lugares inesperados – funcionários antigos, funcionários que necessitam
disso para sustentar quatro bocas ou mais, e funcionários desiludidos, como eu.
Pra mim, tanto faz, tanto fez. Está tudo péssimo e isso aqui não é o que quero
pra minha vida, mesmo. “Tomara que me mandem pra rua mesmo”. Faço meus
relatórios, almoço, e espero do lado de fora da sala do chefe. Eu entro e ele
me elogia, o que me pegou de surpresa. Esboço meu primeiro sorriso do dia – às
duas da tarde. Quando dou conta disso penso na grande ironia da vida, e o pior
é saber que há pessoas que sorriem mesmo sem motivo. Começo a crer que sou
ingrata. Decido sorrir para todos quando saio da sala. Sorrir, apenas. Noto que
as pessoas sorriem de volta, e isso torna a tarefa mais fácil. Fico contente.
Saio do trabalho, entro no ônibus – que chegou atrasado. A noite já começou a
cair. Sorrio para o motorista e para a mulher que está ao meu lado. Na parada
seguinte faço o mesmo. Sorrio para as pessoas e elas sorriem para mim. Percebo
que minha dor de cabeça não voltou. Entro em casa, estou sozinha outra vez.
Olho para o espelho e sorrio. E apesar da negatividade do dia, sinto-me bem,
sinto-me em paz. Embora sorrir não seja uma solução para os problemas da vida,
bobo é quem não o usa como analgésico...</span><o:p></o:p></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-49741554756056147662015-07-25T16:27:00.001-07:002015-07-25T16:27:53.978-07:00.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/186667882/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/186667882/large.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Seus negros olhos sorriem
enquanto toco com suavidade seus cabelos. Deslizo a mão, encontro seu pescoço e
te beijo com força. Nossos lábios se roçam e nossos corpos se aconchegam. Seu
corpo é meu lar, você é meu lar. Seus cílios – preciosos cílios – fazem um
movimento que tranquiliza minha alma enquanto nossos olhares se cruzam, e ao encontrá-los,
minha mirada se renova: estou em casa. Suas mãos percorrem minhas costas
enquanto você derrama em meus ouvidos todo seu desejo, todo seu amor. Beijamo-nos
com mais força enquanto você me puxa mais para perto. Seus beijos percorrem toda
minha silhueta e, em um gesto gentil, encosta a cabeça em meu peito.
Acaricio-te enquanto o sono chega. Lá fora está frio, mas entre nós o calor é
intenso. A calma toma conta dos nossos corpos e você está entregue, assim como
estou. Beijo-te a cabeça e sussurro quanto te amo. Apagamos as luzes e fechamos
os olhos. Você me devolve o beijo e suspira, voltando a recostar a cabeça em
meu peito. Seus braços me envolvem com intensidade e logo se afrouxam. Um
último beijo, um último suspiro. Você adormece e seu corpo está acomodado, e eu
sei que você também está em casa. Somos nosso próprio lar.</span><o:p></o:p></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-60264218343114902422015-07-24T13:34:00.001-07:002015-07-24T13:34:44.358-07:00.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/190562548/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/190562548/large.jpg" height="320" width="212" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 287.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A tarde vai caindo
junto com a chuva. Cada gota chega ao solo com força, e com igual força o céu torna-se
negro. Ela se senta em sua varanda e sente o cheiro que paira no ar. Os carros
passam velozes; os poucos pedestres que sobraram correm em busca de abrigo para
seus corpos; os cachorros acompanham os humanos, mas estes se divertem mais com
a água que cai. Os pássaros, lentamente, param de cantar. A chuva parece
aumentar, assim como o vazio que invade não só a cidade, mas também seu
coração. Levanta-se, ignorando o celular que toca incansavelmente, e vai encher
seu copo. Enquanto a bebida entra, prepara sua mente para a noite que vai
chegar, na qual será forçada a despedir-se de quem se ama. Despedidas nunca são
fáceis, por mais comuns que sejam. Comuns porque sempre temos que fazê-las e,
ainda assim, nunca aprendemos bem como. É aquela vontade de querer aproveitar
cada minuto e sair da despedida sem o gosto de ‘quero mais’, mas nós, meros
mortais, raramente somos capazes disso: não sabemos aproveitar minutos com
total exclusividade, pois sempre colocamos sentimentos pessimistas em torno de
tudo. É incomum saber de momentos em que pessoas realmente souberam disfrutar,
e as despedidas são sempre assim – não sabemos o que fazer. É aquele velho
desejo de querer abraçar a pessoa – ou até mesmo o lugar – e guardá-la intacta
em um pote. Não queremos saber de mudanças, não queremos términos: fugimos disso
e esquecemos que, para que algo novo comece, o velho precisa estar acabado, e
isso tudo são modificações que nos marcam – e nem sempre para o bem. Porém, é
preciso ter consciência de que tudo nessa vida é efêmero, e o que hoje está
vazio, amanhã já estará cheio. Seja seu coração, seja sua mente, seja seu
ânimo. Sabendo disso, terminou o que estava em seu copo. A chuva cessou. As
nuvens espaireceram-se e estrelas começaram a iluminar a noite. Pássaros
voltaram a cantar, assim com a certeza de que tudo é nosso, volta - ou nem
sequer se vai. </span><o:p></o:p></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-12127143312423042152015-05-28T12:05:00.002-07:002015-05-28T13:00:37.848-07:00Vida<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data1.whicdn.com/images/179602398/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data1.whicdn.com/images/179602398/large.jpg" height="320" width="289" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A vida é uma só, e mesmo assim há gente que não sabe viver. Eu, muitas vezes, não sei viver. Viver é, sem dúvida, uma arte que muitos não sabem apreciar. Quantas vezes deixamos de viver momentos memoráveis por causa do medo? E a vida não é pra quem tem medo: a vida nos exige coragem, exige intensidade e entrega, e se você não está disposto a sofrer as consequências de se viver, o azar é todo teu. Tudo é passageiro, tudo é efêmero; um dia chegamos, outro partimos. Cabe a cada um saber o que fazer nesse intervalo e como lidar com as desavenças que aparecem no meio do caminho. Meu apelo é pra todos: não tenham medo da vida, aproveitem e agarrem com todas as forças: uma hora isso tudo vai passar, e no seu leito de morte você pode se arrepender por não ter vivido com intensidade ou não ter feito o que realmente queria. Disfrute dos momentos, disfrute das surpresas que a vida nos presenteia cotidianamente: vá até o fim.</span></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-57253705540508964702015-05-26T07:50:00.001-07:002015-05-26T07:58:21.593-07:00Ela se foi<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Hoje faz duas semanas que ela se
foi. Ainda sinto engasgado o choro que tive que engolir – e ainda engulo. Hoje
faz duas semanas que não vejo o movimento calmo e suave dos seus cílios,
contrastando com seus olhos castanhos e logo insinuando um sorriso malicioso.
Mirar seus lábios me enchia de água na boca, mirar seus olhos me excitava.
Enquanto percorria seu corpo suavemente com a ponta dos dedos, podia sentir
seus pelos ouriçados, e essa reação me fazia bem. Mas ela se foi. Levo quinze
dias revivendo memórias, levo quinze dias no passado, estagnado. Foi-se, já
era. Não voltarei a ver seu corpo dançando livremente enquanto preparava o café
da manhã e nem seu cabelo despenteado de tanto nos revirarmos na cama. O lençol
já não carrega seu perfume, e o cobertor – que já foi telespectador de momentos
fervorosos – já não é objeto de disputa entre dois corpos estirados na cama. A
gaveta do aparador já não esconde seus pijamas e sua escova de dente não
repousa junto à minha. Ao lado da cama agora só o retrato. Sim, ela se foi.
Suas mãos não mais tocarão as minhas. Seu olhar não mais se cruzará com o meu,
e sua boca não sentirá o calor da minha. Não mais. Lá fora o sol brilha, mas me
falta o ânimo da admiração. Minhas mãos inutilmente buscam as suas enquanto repouso
a cabeça sobre o travesseiro. Fecho os olhos. Viro meio copo de whisky. Jogo os
braços para o lado oposto da cama e automaticamente procuro seu corpo: ele não
está. Um ciclo vicioso que não acaba nunca, uma corrosão interior que mata
lentamente. Tudo porque você se foi – e infelizmente não voltará.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data3.whicdn.com/images/180190971/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data3.whicdn.com/images/180190971/large.jpg" height="205" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-62342012622580737882015-03-13T08:52:00.000-07:002015-03-13T08:52:04.299-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data3.whicdn.com/images/167766437/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data3.whicdn.com/images/167766437/large.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Colocou o cabelo para trás da orelha e enxugou as lágrimas. Acendeu um cigarro e aumentou um pouco mais o volume da música. Olhou, desolada, para a janela. Em um mundo tão extraordinário, qual é a razão para conhecermos pessoas tão inspiradoras e logo depois sermos forçados a dizer adeus? Somos obrigados a abandonar quem queríamos cultivar. Somos obrigados a ir embora - não há nada sem separação - já dizia o poeta. Chegadas, partidas. Mais um trago, por favor. Em um mundo feito de despedidas, feliz é quem sabe seguir adiante naturalmente. Mas ela não sabia: sempre colocou sentimento demais, emoção demais, vida demais. Ta aí: acho que viver demais ás vezes gera uma confusão nisso tudo. Se entregar tem seu preço, abrir os braços aos momentos tem seu preço. Não é barato, e sua cotação continua a subir... E subindo vai até que o tempo passe. O tempo é rei, né? Daqui um ou dois meses olhará pra trás e não haverá sofrimentos. Olhará pra trás e fingirá que nada aconteceu, que foi tudo (outra vez) ilusão. E assim seguirá. Quebrará a cara outra vez, sofrerá, passará. Cair, levantar, seguir. Cair, levantar, seguir. Lei da vida. Lei de ação e reação. Tudo que sobe, desce. Vivemos demais, sentimos demais? Uma hora sentiremos de menos. Estamos rindo? Uma hora choraremos. E ao contrário. Nada é, tudo está. Isso não é de todo ruim. Para valorizar o sorriso, precisa-se das lágrimas. Para valorizar a saúde, precisa-se da doença. O mal faz parte da vida - e compõe um pedaço importante desta. Mais um trago, por favor. Um dia se ama, um dia se é amado. Será possível esses dois marcos em uma mesma história? Ela o amando, e ele amando-a? Outro trago. Pulmões negros e pensamentos ainda pior. Coração, nem se fala. Cair, levantar, seguir. Qual o problema, então, se isso um dia será apenas cinzas? É que ela sempre ansiou por mais. Ou estava sendo - mais uma vez - ingênua ou a vida estava de caô. Enquanto puxa outro trago, tenta se responder "por que estou sofrendo se sei que é efêmero?" E na ausência de respostas, a nicotina entra para preencher o vazio...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-40649656181703234442015-03-13T08:51:00.002-07:002015-03-13T08:51:40.795-07:00<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Hoje morreu um cara em frente ao meu prédio. Eu estava voltando de uma classe quando percebi certo reboliço em frente a porta de entrada. Vi uma mulher chorando desconsoladamente e fiquei intacta na hora. Gente sem ar me deixa sem ar. Mulherzinha que sou, algumas lágrimas também desceram por meu rosto ao ver o sofrimento daquela criatura. Entrei no meu apartamento e fui ver tudo aquilo lá de cima. Vizinhos curiosos, olhares assustados dos transeuntes e eu só conseguia interceder por aquela alma que padecia, em prantos. A vida mexe comigo, e consequente a isso, a morte me atinge lá nas entranhas, todavia. Com esse cenário diante dos meus olhos comecei a questionar - coisa clichê - nossa passagem por esse planeta. Nascemos, nos reproduzimos, morremos. Que grande coisa, não? Sim, é uma grande coisa. Apenas esqueceram de acrescentar que no meio dessas etapas passamos por muitas situações até que estejamos aptos para passar de fase. Demoramos nove meses para nascer. Até sermos capazes de reproduzir mais longos anos enfrentamos. E a morte, bem, a morte é um grande ponto de interrogação. Sócrates achava incomum o temor por detrás da morte, visto que ninguém sabe dizer se está é boa ou ruim. E de fato, a pena recai sobre quem fica, e não pra quem vai (eu acho). E toda aquela cena passou como um filme em minha cabeça. Enquanto eu observava a polícia, o choro e o desespero, me dei conta de que me importo com coisas muito banais: fulano não me ligou, minha companheira de piso é uma babaca, estou com uns quilos a mais... Porra! Isso não é sofrimento, é desilusão. A vida é uma ilusão, os acontecimentos são uma ilusão, e ademais, nosso sofrer muitas vezes é composto de ilusão. Mas a morte não. Quiçá a morte seja mesmo a resposta pra tudo nessa vida. A morte vem como um tapa na cara, como uma bala perdida e nos dá um beliscão, como se dissesse "desperta, vai viver". Contraditório, eu sei. Assim como tudo nessa vida. Mas são as contradições que respondem às tantas aporias que a vida lança.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data2.whicdn.com/images/167848187/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data2.whicdn.com/images/167848187/large.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-34860858642732388492015-03-12T17:20:00.002-07:002015-03-12T17:20:44.014-07:00E se...<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A vida é um eterno "e se...". Viver é um ato de coragem que instiga nossos desafios e tomadas de decisões, mas eu não conheço um ser humano que lança o ato e logo em seguida não se reclina para dentro de si e se pergunte: fiz eu a coisa certa? E se tivesse tomado outro caminho? E se tivesse dito não?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O fato é que nós jamais poderemos sequer cogitar o caminho oposto ao da nossa escolha. Nunca, jamais. A cadeia de acontecimentos que gera a vida é densa demais e está fora do nosso poder de compreensão. Bem, pelo menos da minha compreensão. Onde estaria eu agora se tivesse dito não? Quais seriam os pensamentos que estariam sendo abrigados em minha mente e quais sentimentos estariam em minha composição? Mistério. Se eu tivesse me atrasado cinco minutos para meu compromisso de hoje o que seria diferente? Se eu soubesse dizer as palavras certas nas horas certas eu almejaria coisas melhores? Só que, se eu tivesse dito tal coisa, talvez outra cadeia se sucedesse e nada estaria do jeito que está. </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Passar pela vida é fácil, viver é uma obra mais detalhada que requer certos cuidados. Certa vez, em um filme que vi, a personagem estava demasiada preocupada com seu passado a ponto de deixá-lo tomar conta de seus pensamentos, até que chegou um cara e disse que ela precisava escolher seus pensamentos do mesmo modo que escolhia suas roupas: não é qualquer coisa que pode servir de vestimenta em sua mente. Pense nisso. Sempre que esses fricotes insistem em me dominar penso em quão certeira a vida é. Tudo que tenho é aquilo que preciso: nem mais, nem menos. Observe que isso não significa falta de ambição, pois com certeza tenho também os desejos e impulsos que me cabem agora, assim como meus anseios, e isso me motiva a buscar mais - afinal, só o que está morto não muda. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Acredito tanto na vida que me apaixono por ela a cada dia. Viver dói, viver caleja, viver muitas vezes se consiste em se arrastar, mas viver é lindo. Você está onde deveria estar, as pessoas que estão contigo aí deveriam estar (valorize-as) e você vai chegar onde deve chegar na hora certa. Acalma esse coração e respira. Acredite na vida, ela não erra...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><a href="http://data3.whicdn.com/images/167753069/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data3.whicdn.com/images/167753069/large.jpg" height="320" width="320" /></a></span></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-37841861138284092782014-09-04T20:01:00.001-07:002015-03-12T17:55:36.805-07:00<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O que tira sua paz, você quem decide. O que te faz sofrer, você quem decide. Quem vai parar sua vida e vira-lá de cabeça pra baixo também é decisão sua.</span><br />
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Muitas pessoas, de tão vazias, querem tirar tudo o que as outras possuem, pois não agüentam ver alguém mais cheio, mais preenchido do que ela. Por isso, antes de declarar guerra, pense se isso realmente vale o seu tempo e a sua energia.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Se você tem medo de desagradar as pessoas, pare. Se todos te amam, se você não incomoda ninguém, algo está muito errado com você. Saiba disso e tenha isso como definitivo em sua vida: não queira e nem agrade a todos. Contrarie. Provoque. Mostre-se. Não por arrogância, mas por coragem. Muitas vezes nos escondemos em nós mesmos e fazemos coisas que não queremos apenas para satisfazer alguém. Sim, somos humanos, queremos aceitação. Mas entenda que você só vai estar rodeado por pessoas honestas se você se permitir ser honesto, e isso inclui seus defeitos e imperfeições.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Chatos todos somos; loucos, mais ainda. Não tenha vergonha e nem medo de incomodar alguém. Seus defeitos acabam tornando-se filtros de seleção para quem é digno de você e quem simplesmente deve ser descartado de sua vida. Saiba escolher.</span></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-80116551746980996842014-08-27T16:56:00.003-07:002014-08-27T16:56:59.321-07:00Perfeição uma ova<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">As pessoas se repetem, elas têm medo de ousar, têm medo de sair da toca. A vida de todo mundo é um grande clichê: viver com o medo do diferente é cair na cilada da mesmice. É por isso que pessoas atrevidas me encantam, me dão prazer e me emprestam seus olhos para que eu possa ver o mundo por meio deles. Como é delicioso encontrar uma pessoa real, que foge do efêmero, que torna a vida um pouco mais palpável, mais real.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Eu bem sei que essa sociedade massacra nossa originalidade aos poucos: bombardeios vêm de todos os lados, e muitos nos derrubam e fazem a vida parecer como uma grande masmorra: só tem descida. Mas as descidas tornam as subidas mais empolgantes, e cá entre nós, as descidas são cheias de problemas... E eu os amo! Uma vida sem problemas seria séria demais, sem graça demais, pois seria perfeita. E vida perfeita eu não quero. Perfeição me cansa, gosto de defeitos, gosto de falhas. Como é bom superar seus medos, seus anseios. Ousadia é se mostrar. Perfeição é a doença da nação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data2.whicdn.com/images/121817304/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data2.whicdn.com/images/121817304/large.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
</span></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-55700007613806827132014-08-24T10:55:00.001-07:002014-08-27T16:48:11.618-07:00E se...<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">No fim das contas a culpa nunca é de ninguém. A culpa é da vida, e acreditem: ela é espertinha. Eu sempre tive dificuldade em enfrentar coisas que fogem ao meu controle, e é difícil perceber que em muitas situações não há o que se fazer senão aceitar. Aceitar que tudo sempre aconteceu e sempre acontecerá do jeito certo. Sem pensar "e se tivesse sido ao contrário...?". Não existe ao contrário, não existe avesso. Existe o seu lado, lado esse que se sobressaiu dentre outras bilhões de possibilidades. Por isso, acredite: seu lado é o lado certo, mesmo não parecendo. Muitas vezes nos perdemos nesses lados e nada parece dar certo. A culpa não é sua. Existem dois problemas nesse mundo - o seu e o dos outros - então qual o motivo de perder tempo imaginando e se culpando por algo não ter dado certo? Se aquele cara sumiu, o problema não é seu, sinceramente. Se o emprego não deu certo, paciência. Se aquela amizade de décadas desmoronou e você fez o possível, renda-se. Nem sempre é sadio dar murros em pontas de faca. Mas não confunda uma coisa com outra, pois há casos e casos. Somos culpados por muitas coisas, mas muitas dessas coisas simplesmente ocorreram por mera ironia do destino. Ou seja, não é sua culpa. Sábio é aquele que sabe discernir entre tentar mais um pouquinho e abandonar missão, não por covardia, mas por coragem. As vezes vale a pena soltar tudo e descobrir o que é que vai voltar,.</span></div>
<div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
</div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-41812924127396271972014-07-01T12:00:00.000-07:002014-07-01T12:00:00.569-07:00Efêmeros<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">As pessoas são estranhas. Pare pra observar o fluxo do centro da sua cidade em um sábado a tarde: elas são loucas. Eu, porém, sempre gostei de gente doida. Elas me divertem, me deixam mais leve e menos pesarosa. Mas quando começo a observar essa loucura, posso perceber o quão solitárias as pessoas estão. Eu, você e todo mundo, somos um bando de pessoas que vivem só, vivem na solidão e se escondem dentro dela, como se fosse uma bolha protetora. A solidão é boa, a solidão é uma arma poderosa capaz de dizer quem é feliz de verdade, afinal, quem passa (quase) ileso de um período de intenso isolamento pode apostar que se encontrou e que não precisa se apoiar em outros para ser feliz. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu, quando estou muito confusa, me recolho no meu canto e começo a pesar todos os eventos pelos quais tenho passado, e neste momento tento não precisar de ninguém, tento não jogar nos outros a culpa pela minha infelicidade: eu aceito minhas dores, meus medos e meus anseios e procuro utilizar essa energia para algo bom, como correr, escrever, dançar, ler... E uma coisa me irrita profundamente nos dias atuais é a falta de enchimento das pessoas. Sabe aqueles ursos de pelúcia que têm muita espuma em seu interior, e quando você os rasga tudo sai e fica apenas a carcaça? É mais ou menos assim, parece que as quedas da vida, ao invés de preencherem as pessoas, as esvazia mais e mais, e isso é consideravelmente preocupante. Quantas pessoas você conhece que perderam a fé na vida por sofrimentos anteriores? A vida não pode parar, queridos. Nunca - em hipótese alguma. Saiba viver e saiba sofrer. Canalize suas dores em algo bom, mas não se deixe vencer pelas emboscadas. Não seja uma pessoa incrédula e vazia que se tomba diante de situações difíceis; tenha seu período de luto (pois ninguém é de ferro), mas não estenda muito os dias de dor, pois você poderá se acostumar com isso e se tornar um pobre coitado. Quem é que gosta de conviver com pessoas que só reclamam da vida? Eu não. Não suporto ficar perto de gente que exala negatividade, que acredita que a vida é uma bosta e que nunca nada de bom acontecerá... Grande baboseira! A vida é uma praia, e cada acontecimento é apenas um grão de areia. A imensidão de nossas vidas não nos cabe.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Faça um favor pra você mesmo: não jogue sua vida pelo ralo, não dê descarga em seus dias. Aproveite cada instante aqui e agora. Beije as bocas que quiser, toque os corpos que te atraem, ajude quem precisar e peça ajuda também! Ninguém nesta terra é um protótipo de semideus, não se cobre em demasia, colega. Ligue o foda-se e seja feliz, sem medos e sem máscaras - o mundo carece de pessoas assim. Tudo é efêmero; nada é, tudo está.</span></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-18821377748315560692014-06-29T15:26:00.001-07:002014-06-29T15:26:55.049-07:00Ensaio sobre a vida<div style="text-align: justify;">
<a href="http://data2.whicdn.com/images/123774417/large.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://data2.whicdn.com/images/123774417/large.jpg" height="256" width="320" /></a><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Abrir mão de ilusões nunca foi algo fácil. Esta é uma escolha que demanda tempo e mudanças de hábitos, e não simplesmente uma ideia imediatista. Porém, quando resolvemos convictamente que está na hora de abrir mão é porque já pagamos muito caro por algo: tudo tem seu preço, e se iludir não é uma pechincha. Custa caro, muito caro.</span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nossa sociedade prega que a vida perfeita é apenas aquela com final feliz, com dinheiro, com um homem gostoso e rico ao seu lado, com filhos educados, com o carro e a casa impecáveis. Mas o que ninguém fala é que tudo isso não passa de uma ilusão, de um buraco negro. Eu, pelo menos, sempre tive a crença de que perfeição não existe, e eu nunca vou atingi-la, até mesmo porque não tenho essa ganância. Mas em contrapartida é extremamente desgastante viver em um mundo no qual as pessoas vivem em total competição, dá vontade de parar tudo e gritar "EIIII, EU QUERO SER CAFÉ COM LEITE NESSA PORRA, OK? NÃO TÁ VALENDO, EU NÃO FAÇO PARTE DESSE JOGO!", mas muitas vezes remar contra a maré tem suas desvantagens, mas mesmo assim, vale a pena. Nunca quis e nunca quero ter uma vida igual a tudo que se vê. Quero uma vida que seja trilhada apenas por mim, com coordenadas minhas e de mais ninguém, afinal, meu maior temor é não ter vivido essa vida de maneira íntegra, sabe? Olhar pra trás e ver que vivi pelos outros, sempre esperando por aprovações desnecessárias.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu não quero um homem gostoso, não quero nadar em dinheiro, não quero ter o melhor carro do ano e nem a melhor casa, quero que meus filhos saibam ser traquinas e críticos, e não meramente máquinas. Me basta um homem que me ame - pode ter pança, pode ser careca, pode falar palavrão a vontade - quero uma grana que sirva para suprir algumas baboseiras que a gente quer, quero um carro que ande e quero ter um teto confortável. Isso está mais que suficiente. O que me enche são coisas internas, é o equilíbrio, a paz, a consciência leve e gostosa de quem vive com todas as letras, sem frescuras, sem graça. Gozar da vida e gozar na vida são atitudes necessárias. Pessoas bitoladas me dão fadiga.</span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-24670880248451021892014-06-24T14:59:00.000-07:002014-06-24T15:01:42.050-07:00Infinito Esvairado<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Não se entregar tem sido uma batalha árdua em minha vida. Quero me afundar, quero deixar a paranoia</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> me levar, mas meu lado humano mais sensato implora pra que minha dignidade seja mantida. Mas eu cansei desse papo de dignidade. Aliás, a humanidade está, pouco a pouco, me furtando disso. Vivo em constante fuga, em constante cansaço, aguardando o dia em que eu possa ser livre. Mas sabe o que é irônico? Eu estou presa do lado de fora. É constrangedor saber as respostas mas não ter a pergunta pronta, isso mostra imaturidade. É humilhante não conseguir respeitar as escolhas da vida - que são sábias - simplesmente porque sua carne é fraca. Parece clichê, mas o buraco está mais embaixo. É uma tremenda decepção ver que você tem as chaves de suas algemas mas não consegue abri-las pois ainda existem ciscos em seus olhos, que relutam a sair.</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A ansiedade sempre foi meu maior defeito. Impulsividade também. Agora, juntem essas duas características: sim, sou uma bomba. Uma bomba justa, que explode mas não deixa que seus cacos atinjam as outras pessoas - inclusive as pessoas que merecem isso. É uma bomba que implode, que se mata sozinha. Vivo tão intensamente, e pago muito por isso. Não gosto de acreditar que poderei resolver qualquer assunto amanhã, porque sempre tive em mente que o hoje poderá ser meu último infinito, e eu tento aproveitar esse presente de todo e qualquer jeito, pois além de tudo isso, não gosto de deixar migalhas: meu dia precisa ser aproveitado e eu preciso resolver o máximo de conflitos que lhe cabem, pois só assim estarei limpando todas as sobras do prato. Sobras me irritam. Quem deixa sobras me irrita. Porém, sei que esse extremo é perigoso, visto que em meus dias budistas, contrariando o meu ser, afirmo que "não há nada que precise ser dito que não possa esperar amanhã". Mas aí eu penso que quando se adia algo, você está sendo covarde, porque você não está enfrentando seus pesadelos, você está correndo deles. E covarde eu não sou, nem nunca fui, assim como espero nunca ser. E assim como o instinto da raça humana, vivo em uma constante guerra. Sem predadores, sem presas. Apenas eu e eu. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quando eu declarar paz comigo mesma, quando eu encontrar meu ponto de equilíbrio, talvez meu pequeno infinito tenha se esvairado, e talvez - só talvez - eu possa partir de dimensão. Afinal, viver é uma guerra. Mas essa guerra não deixa rastros sanguinários, pois nada mais é que um pedaço de infinito que não está saciado e clama por mais, mais, mais...</span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><a href="http://data2.whicdn.com/images/122739978/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data2.whicdn.com/images/122739978/large.jpg" height="314" width="320" /></a></span></div>
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Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-73674271526524383582014-04-17T20:05:00.001-07:002014-04-17T20:05:16.143-07:00Gira, mundão...<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Já estava tarde quando ela pegou o ônibus pra casa. Assim que desceu na calçada de sua casa, foi caminhando e olhando para o céu. Lindo céu. Linda lua. Fez um pedido e piscou os olhos com força. Entrou em sua casa, ajeitou as coisas e, com os fones no ouvido tocando Raul, foi deitar. Pensou, pensou, pensou. Ficou feliz e confortável em perceber que o tempo havia passado, e estava exatamente no mesmo lugar que imaginou estar naquela época de sofrimento. As vezes a dor é tão grande que ficar desocupada é uma tortura, e convenhamos, a arte de não se fazer nada deve ser aclamada, e seus mais sinceros adeptos afirmam que o ato de não fazer nada é uma dádiva: só quem tem paz consegue. E é verdade: quando não se tem paz, não se fica bem sozinho, não se fica bem sem algo para ocupar a cabeça. E lá em sua cama, com o volume no máximo, aceitou o caminho pelo qual as coisas tomaram o rumo. Aceitou a vida do jeito que ela tem que ser, aceitou o fato de que as pessoas podem mudar de ideia, podem perder o interesse, e isso não faz com que alguém tenha mal caráter. O segredo da vida consiste em aceitar a vida e as pessoas exatamente como elas são. Isso não significa que você estará isento de problemas, e tampouco significa que perderá a vontade de estrangular as pessoas nas horas de discordância. Mas eis a chave para isso: abrace o que te é dado. Aceite e entenda que o mundo gira, e que as coisas acontecem exatamente, minuciosamente, do jeito que deveriam acontecer. Claro que isso não extingue os babacas, mas esse consentimento pode extinguir sua insanidade de querer controlar tudo e todos. Se o cara não te ligou, foda-se. Se a mina não te dá a mínima, foda-se. A entrevista de emprego foi uma merda? Foda-se também. Alguém alguma vez disse que as coisas vêm facilmente? O que vem fácil, sempre vai fácil. Mas entenda que essa aceitação não significa que não se deve tentar, que não se deve dar sempre o seu melhor. Pelo contrário: faça o bem para colher o bem. Ame a vida, ame as pessoas, ame-se e confie. Confie que há um ser divino que conspira pro seu bem. E aceite que se o vento soprasse apenas para um lado, as árvores cresceriam inclinadas. <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data1.whicdn.com/images/111836677/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data1.whicdn.com/images/111836677/large.jpg" height="259" width="320" /></a></div>
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Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-89580405300908624022014-04-06T09:44:00.000-07:002014-04-06T09:44:18.351-07:00O universo conspira a nosso favor, sim!<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Hoje faz um dia lindo. Olho pela janela e o azul invade o meu quarto. Ar puro, finalmente. A vida pode até nos sufocar, vez ou outra, mas sempre haverá algo que saberá como nos reerguer. O universo tem disso. Ele tem um laço com todos, e quem acredita no seu poder é agraciado. Por mais que as coisas estejam dando erradas pra você, seu caminho está sendo trilhado, e seus frutos serão colhidos. Portanto, faça no dia de hoje o melhor que você puder. Esqueça quem te magoou, ou tente. Sei como é difícil seguir em frente. A pior parte do término de qualquer coisa é seguir adiante. Mas a vida se resume a isso. Nós depositamos muita energia em acontecimentos que não passam que um grão de areia na imensidão de nossas vidas. Saiba dosar o que necessita do seu tempo e preocupação. Nossa mente e nosso coração são jóias, não devemos permitir que negatividade faça parte da rotina, pois a fragilidade é muita. Eles são extremamente poderosos, portanto, alimente-os com o bem. Na vida terão dias chuvosos, disso ninguém escapa. E por mais clichê que seja, escapar deles é escolha pessoal. Você sempre terá duas opções, dois lados de uma mesma moeda: ou você se conforma e rabisca o que foi, ou você fica revivendo o fato que te fez tão mal. Mas lembre-se: a segunda opção é uma bomba ao coração. Você e matará aos poucos, e com certeza você não merece isso. Então pense bem. Sei que falar é fácil, mas é verdadeiro. Todos os dias temos provações, todos os dias temos que escolher entre o viver e o morrer. Escolha viver, será a escolha mais sábia. Acima de tudo, escolha bem seus pensamentos. Você faz a sua vida, você faz suas escolhas. Escolha a vida, escolha viver.</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
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<a href="http://data3.whicdn.com/images/110033438/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data3.whicdn.com/images/110033438/large.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<br />Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-30495113674725347372014-04-05T11:21:00.000-07:002014-04-05T11:21:29.781-07:00Você não é nem metade do homem que eu achei que fosse<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sabe o que mais dói? Eu tentei. Tentei pra valer. Eu acreditei que dessa vez seria diferente. Achei que você fosse diferente. Agora, olhando pra trás, percebo a estupidez que cometi. Mas tudo bem. Nas minhas memórias eu vejo você, você me fez bem por um tempo. Acho que era pra ser assim. Ainda é muito cedo, mas acho que nossos pensamentos são diferentes. Nas minhas memórias eu vejo você, e ainda há tanta coisa que eu quero lhe falar! TANTA COISA! Me enganei, você é como os outros. Não é nem metade do homem que pensei que fosse. Mas vá, continue indo embora. Vou chorar mais um dia ou dois, mas logo passa. A vida tá me obrigando a ser forte. Mas juro que achei que dessa vez seria diferente. Sabe o que é mais irônico? Quando eu te disse que não conseguia acreditar nessas baboseiras, você pediu pra que eu tentasse mais uma vez. E eu tentei.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><a href="http://data1.whicdn.com/images/109748516/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data1.whicdn.com/images/109748516/large.jpg" height="320" width="320" /></a></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> </span><br />
<br />Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-19591901305409797442014-04-02T12:51:00.000-07:002014-04-02T12:51:39.925-07:00<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Gente mais chata essa que não sabe se apaixonar. Gente essa que até gosta, mas não sabe manter aquele foguinho gostoso de começo de relacionamento. Oras, se apaixonar não necessariamente significa que você vai casar com a pessoa. Acho que as pessoas têm muito medo de se comprometer hoje em dia. Não to aqui pra julgar, até eu tenho esse medo! Mas eu tento, sabe? Eu entrego as cartas, eu me rendo. De repente você ta lá, toda feliz com um boy novo. Vocês querem se ver a toda hora, se falam o dia todo... Você sente o cara correspondendo, então você solta um pouco os freios. Você gosta, você pensa nele... Que fique claro: isso não significa que você quer casar com ele, apenas significa que você sabe curtir os momentos bons que a vida oferece. Pois bem. Tudo está as mil maravilhas. Ô época boa! Dai, do nada, o cara esfria. Me dá muita raiva esse esfriamento. Será medo, desinteresse? As vezes acho que é chatice mesmo. Gente que não sabe se apaixonar, gente que acha que isso faz com que se perca as rédeas da própria vida, do próprio coração. Grande babaquice. Puta coisa boa esse fogo, tem que ser aproveitado ao máximo. O que vem depois? Não interessa, cacete. Saiba curtir os momentos, saiba se apaixonar, saiba se entregar. Não fique com medo de qualquer coisa. Esse fogo é algo raro. É uma delicia da vida: mantenha-o acesso, por favor!</span></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-707798330320851306.post-45833068288090975102014-03-25T15:02:00.001-07:002014-03-25T15:02:39.781-07:00<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Eu tento desistir do amor, juro que tento. Mas isso não me apetece: a vida sempre tenta, de um jeito ou de outro, reacender minha fé no que tange ao coração. Já conheci muito babaca, muito mentiroso, e já conheci muitos caras pelos quais eu poderia entrar na frente de uma bala, outros, no entanto, não merecem nem sequer meu olhar. Se eu acredito em amor eterno? Não sei, mas quero muito e ainda não perdi todas as esperanças. Mas eu penso que pra ter esse lance de amor a pessoa precisa ser muito bem resolvida. Amar não é fácil, amar não é da boca pra fora. Amar não significa te querer pela manhã e a noite desejar por outro corpo. Isso é normal em determinada fase da vida. Mas, por favor, se você está nessa fase, não desperte o amor de outro alguém.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data3.whicdn.com/images/108116088/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data3.whicdn.com/images/108116088/large.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Certamente você já envolveu ou está envolvido com um cara - ou uma mina - que não merece seu respeito, e mesmo assim você está lá, tentando converter a pobre alma. Desencana, parceiro. Ninguém muda ninguém. E se alguém mudar por você, não aceite. Geralmente essa mudança não é real, e embora pareça ser, é só uma mascara usada por tempo limitado. Ame a pessoa pelo que ela é, com o como completo. Seus defeitos, manias, medos e insegurança. Se você acha que não vai aguentar a barra, cai fora. Quando se ama de verdade a pessoa tenta ser o melhor, e se mesmo assim você não ficar satisfeito, não fique irritando a pessoa, que não tem culpa de ser quem ela é. Apenas se retire de cena, pois o que é seu vai estar guardado. Pode ter uma pessoa pra você, mas talvez não tenha, e isso não é um problema. A melhor coisa a se fazer é viver para si, se fazendo completo e se fazendo feliz a cada dia, o que vem é complemento, e não necessidade.</span> <span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Até lá, relaxe... E goze!</span></div>
Karina Angolinihttp://www.blogger.com/profile/17159001680123162753noreply@blogger.com0